Entre areia, sol e grama o que se esquiva se dá, enquanto a falta que ama procura alguém que não há.
Está coberto de terra, forrado de esquecimento. Onde a vista mais se aferra, a dália é toda cimento.
A transparência da hora corrói ângulos obscuros: cantiga que não implora nem ri, patinando muros.
Já nem se escuta a poeira que o gesto espalha no chão. A vida conta-se inteira, em letras de conclusão.
Por que é que revoa à toa o pensamento, na luz? E por que nunca se escoa o tempo, chaga sem pus?
O inseto petrificado na concha ardente do dia une o tédio do passado a uma futura energia.
No solo vira semente? Vai tudo recomeçar? É falta ou ele que sente o sonho do verbo amar? | |